terça-feira, 13 de julho de 2010

HAMLET NO CINEMA


Há várias adaptações de Hamlet para o cinema, direta ou indiretamente.

Das diretas, tive contato com quatro.

A melhor delas, ao meu ver, é a de Kenneth Branagh (1996). As quatro horas de filme vemos emoções à flor da pele. Esqueça a declamação monótona e as cenas medievais. Este Hamlet está séculos à frente, em um palácio que, diante da entrada, tem a estátua do amado rei Hamlet. Soldados e Cortesãos  de todas as cores e raças e nacionalidades;  várias gerações artisticas: o método Stanislavsky e o shakesperiano no mesmo palco;  atores fantásticos: Derek Jacobi, Gerard Depardieu, Robin Willians, Charlton Heston, Billie Crystal, Jack Lemmon, Kate Winslet e o próprio Branagh de Hamlet (após tê-lo interpretado 301 nos palcos teatrais).

Logo após, o famoso Hamlet de Laurence Olivier, de 1948. Um filme sombrio, com interpretações marcantes e um tanto teatrais. Li certa feita na revista SET que Branagh foi perguntar a Olivier como fazer Hamlet, ao que Olivier respondeu "leia o texto; está tudo lá." Verdade ou não, Branagh fez um Hamlet melhor que Olivier, mas não ofuscou nenhum pouco o brilho deste filme fantástico em preto e branco, com Jean Simmons, Basil Sydney, Eileen Herlie e, detalhe importante para um amante dos filmes da Hammer como eu, o lendário Peter Cushing como Osric.

O primeiro Hamlet que assisti não foi outro senão o de Zeffirelli (1990)  com Mel Gibson, Gleen Close, Helena Bohan Carter, Ian Holm. Pra quem gosta de Zeffirelli e suas adaptações shakespeareanas, é um prato cheio. Eu não sou lá muito chegado - apesar que os extras são bem interessantes para quem se aventura por esta adaptação, seja nos palcos ou nas telas.

Mais recentemente - mas nem tão recentemente assim: ano 2000 - O diretor Michael Almereyda realizou um Hamlet moderno, estudante de cinema, que anda com uma câmera pra lá e pra cá na pele do Ethan Hawke. Apesar do elenco com nomes como Sam Shepard e Bill Murray, o filme é um tanto fraco ou atual demais. Com menos de duas horas e filmado praticamente dentro de um edificio - Corporação Dinamarca, que tem seu presidente Hamlet assassinado e seu irmão Claudio toma conta da empresa e a cunhada - o filme vale pela curiosidade da adaptação.

Todos os Hamlets foram lançados em VHS e DVD no Brasil, exceto o de Branagh, que saiu apenas em VHS - mas é evidente que ele está na rede para quem desejar tê-lo, baixá-lo e coisas assim. O que de certa forma é uma pena: adoraria ter  contato com o making of desta maravilha de pelicula.

Agora, pasmem!!! Segundo o site  de cinema Rapadura, em breve teremos mais uma versão moderninha do principe da Dinamarca, dirigida por  Catherine Hardwicke, da série Crepúsculo. Dá até medo uma coisa dessas...

Dos filmes relacionados, temos o espetacular filme russo "O amor é tão forte quanto a morte" (1997) de Andrei Nekrasov onde um jornalista russo volta à patria onde o pai é ex comunista e politico corrupto. Lá ele encontra o assassinio de seu melhor amigo e sua namorada num hospicio. Mistério e desfechos inesperados mostram que as coisas não são o que parecem ser.

"Sonho de uma noite de inverno" (1995), também de Branagh, conta a história divertidissima de um diretor que decide montar Hamlet. Com vários atores esquisitos e tendo uma velha igreja como teatro, esta comédia reflete muito bem o dia a dia de uma companhia teatral.

"Guildenstern e Rosencrantz estão mortos" (1990), de Tom Stoppard,  com Tim Roth, Gary Oldman e Richard Dreyfuss,  é a adaptação da peça de Stoppard. Hilária, absurda, com interpretações de tirar o chapéu. Tinha o DVD mas emprestei e não devolveram - é por estas e outras que eu prefiro dar uma cópia do DVD a emprestar. Shakespeare bem dizia que quem empresta perde o empréstimo e o amigo. Devia tê-lo escutado antes!  

 Tenho assistido os  filmes citados  por anos seguidos. Aconselho a todos os apaixonados ou pesquisadores  que assistam  sem preconceitos e analisem cada trabalho. É legal observar como cada artistita enxerga a  obra de Shakespeare, um dos autores clássicos mais atuais de todos os tempos!


BREVE: HAMLET NO TEATRO.

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