sexta-feira, 25 de junho de 2010

TRADUÇÕES = TRAIÇÕES



Não lembro onde e nem quem , mas ouvi um pensador falando que "tradução" em italiano está muito próximo de "traição", e complementou dizendo que traduzir é trair um pouco a obra original -  lembro-me  do tradutor de Machado de Assis para inglês recusando-se  traduzir Guimarães Rosa quando, lendo "Grande Sertão Veredas" (o Hamlet brasileiro?), deparou-se com a frase "O diabo no meio do redemoinho" .

O primeiro "Hamlet"  que li foi a tradução de Cunha Medeiros e Oscar Mendes,  da coleção da Abril. Anos depois, em 96, li a tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos, que segue a estrutura literária original da obra, com suas prosas e seus versos. Mas gostei mesmo da tradução do Millor Fernandes, naquele  pequeno e barato volume da L&PM. Todos, num momento ou outro, apelam para a liberdade literária, mesmo aqueles que tentam traduzir palavra por palavra, mesmo que isto tire-nos a compreensão do significado - e quando isto acontece, eles enchem os rodapés de notas. Você ri da piada ou sente o drama uns cinco minutos depois de ter lido o texto.  


Ao iniciar minha tradução de Hamlet, optei por ter em mãos mais uma tradução, e encontrei em um sebo este volume da editora portuguesa Europa América. Um volume de bolso em papel barato mas com um acabamento muito bonito. A edição é bilingue, e a tradução em português é de Ersílio Cardoso. É interessante e até gostoso ler o bardo em clima de Portugal, e melhor ainda comparar várias traduções com o texto original em inglês e tirar suas próprias conclusões sobre onde começa a traição e onde termina a a traição.

DICA:
HAMLET (edição BILINGUE)
tradução: ERSÍLIO CARDOSO
editora: EUROPA AMÉRICA
ano: 1989

quinta-feira, 24 de junho de 2010

CAMINHOS PARA A AGONIA, EXTASE, VIVÊNCIA E PERDIÇÃO DE MELISSA HAMLET

Shakespeare. Psicanálise.HQs da Vertigo.  Kenneth Branagh. Breno SilveiraDupla personalidade. . Pop Art. Péricles Eugênio da Silva Ramos. Millôr Fernandes.Deus.  Mel Gibson. Zefirelli. Michael Almereyda. Freud. Jung. Vida artistica Identidade falsa. .Anjos.   Andy Warhol. Carlos Saura. Ulisses Cruz.Lanternas.  Henry Thomas. Rolling Stones. Marianne Faithfull. Oscar Mendes. Ersílio Cardoso. Coro religioso.  Distorsão da realidade. Radial Leste.Demonios.  Kiko Zambianchi.  Donaldo W Winnicott. Smiths. Ira!. Orson Welles.Centro antigo de São Paulo.  Laurence Olivier. Lanternas japonesas. Artes Visuais. Al PacinoTinta acrílica. Sexo. .Elton John. Neil Gaiman. Gustave Doré. The Cure. Polanski. Kieslowsky.U2.Instropecção.  Bauhaus (a banda). Falso Self.  Quadros. Facas. Fatalidades. Mesas de bar. Pixel magazine. Óperas. Dra. Rose Ivresse. livros de bolso europa américa l&pm Abril casas andré luiz acervo de pesquisa de minha casa!

Estes são alguns caminhos que percorrerei - já estou percorrendo - para dar vida ao espetáculo. Logo colocarei alguns maeriais bem interessantes neste diário de bordo. Pelas refências, você imagina quem é, de fato, Melissa Hamlet?  


Você gostaria de tocar essa flauta? Por favor: eu estou pedind
Você não sabe? Mas como não? É tão fácil quanto mentir: É só tampar estes buracos com as pontas dos dedos e soprar. Você não sabe? Não consegue?
E que tipo de ser você acha que eu sou? Querendo arrancar da minha alma as verdades mais graves e os segredos mais agudos? Por Deus! Você realmente acha que é mais fácil tocar-me do que a uma flauta? Por mais que tentes, nunca conseguirás tirar qualquer nota deste instrumento: eu jamais tocarei minha música para ti!
(Hamlet. tradução de Claudemir Santos)