terça-feira, 5 de outubro de 2010

HAMLET EXPERIENCE - MINHAS IDAS E VINDAS COM O PERSONAGEM DE SHAKESPEARE NO TEATRO











Vi algumas  versões de "Hamlet" no teatro e me aventurei a uma montagem.
A primeira vez que vi a peça foi numa conclusão de curso na Escola de Teatro Macunaíma. Estudantes. Sob a direção de Adriano Cypriano, vi três garotas interpretando o personagem. Boa parte do texto ou era vomitado ou era recitado. Mas não se podia exigir muito de pessoas que começavam a engatinhar no palco. Se não me engano, estava ali por conta de Maristela Guimarães, uma loira excepcionalmente gostosa que integrava o AD naquela época. Fomos em uma boa turma; o grupo quase todo na época, eu acho. Possivelmente Simone Melo, Cylene Santos, Roberto Santhos e Marcelo San Geres.
De qualquer forma, foi uma novidade para todos - lembro que voltamos lá e assistimos "Casa de Bonecas", de Ibsen, uma montagem bem melhor.

Anos depois, em 2001, nos aventuramos a montar "Hamlet" em São Miguel. Boa parte do elenco eram alunos de um curso que eu havia ministrado na oficina cultural Luiz Gonzaga: Débora Rodrigues (hoje Santana), Kátia "Gradino" Aires, Rudney Morales, Ana Paula S Carlos e Wesley Moreira. Também estavam no elenco eu, como rei Cláudio e Ivan Neris, como um dos Hamlets. O outro era interpretado por Débora: eu dividi o personagem em anima e animus graças aos primeiros contatos com a psicanálise de Carl Gustav Jung.
O espetáculo ainda teve a participação especial de Alexandre Santo e Rodrigo S C Figueira: a Cia. Realúdica,  que interpretou os atores. Danila Rodrigues fez a operação técnica e, na produção, havia Marcos Antonyo e Patricia Maria (eu não me lembro realmente porque eles não estavam no espetáculo) e Marcelo San Geres assinou o cenário.

De qualquer forma, a estréia foi um desastre sem ritmo. Eu fiquei muito insatisfeito com esta montagem. Cheguei a me desentender com algumas pessoas do elenco e o espetáculo teve apenas cinco ou seis apresentações - melhores que a estréia, graças a Deus.

Eu só percebi que a montagem não estava tão ruim assim quando assisti a versão de Francisco Medeiros no Sesi da Paulista. A dele estava pior que a nossa. Fiquei aliviado. O Teatro Popular do Sesi realizou a montagem um ano depois de nós, em 2002, e eu fiquei muito feliz. Nem tive coragem de assistir a "Romeu e Julieta", que estava em cartaz na mesma época - quem viu disse que estava melhor que "Hamlet".

Há três montagens que não vi: a de Ulysses Cruz,  no Sérgio Cardoso - lamentei não ter grana na época pra ver o trabalho de um dos meus diretores preferidos!; a de Diogo  Vilela no teatro Alfa (2001?) - também não fiz questão de ver!. e, a mais recente de todas, a de Wagner Moura - esta eu também queria ver, mas setenta mangos pra quem não tava nem conseguindo pagar a faculdade direito ia ser foda!

Agora, em dez dias, levo aos palcos MELISSA HAMLET. Está quase tudo pronto. Trabalhar sozinho é solitário e interessante. A criação faz muito sentido em minha mente. Veremos se, à mente do público, transparecerá todo o desafio que o texto de Shakespeare significou para Melissa Travassos.

Aguardemos então a contagem regressiva....

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